Descarbonização da economia impulsiona o crescimento e gera novas oportunidades


Reduzir a pegada de carbono e otimizar o uso de recursos naturais compõem a agenda ESG Você sabia que, em geral, cada pessoa inala mais de dez mil litros de ar por dia? E a maior parte do ar está poluído por gases como metano e dióxido de nitrogênio, emitidos por carros, fábricas e queimadas. Essa poluição pode causar problemas respiratórios, câncer e agravar doenças cardíacas. Além disso, acelera o aquecimento global, causando catástrofes ambientais, como secas e enchentes.
A boa notícia é que essa realidade ainda pode ser mudada. A descarbonização, ou seja, a troca de combustíveis fósseis por energias limpas como solar e eólica, é uma das chaves para um futuro mais saudável. E o Brasil tem tudo para liderar essa transformação.
Com um enorme potencial em energias renováveis e uma economia em crescimento, é possível construir um país mais verde e mais justo, com cidades mais limpas e a energia abundante e acessível para todos.
ESG: um novo paradigma para o desenvolvimento sustentável
É nesse contexto que surge o ESG (Environmental, Social and Governance), um conjunto de práticas que orienta as empresas a adotarem comportamentos mais responsáveis em relação ao meio ambiente, à sociedade e à governança corporativa.
O indicador ambiental da sigla está diretamente relacionado à sustentabilidade e à responsabilidade social. Empresas que adotam práticas ambientais demonstram preocupação com as mudanças climáticas, o uso eficiente de recursos naturais e a gestão de resíduos.
Essa postura não contribui somente com a preservação do planeta, como também pode gerar vantagens competitivas, como a atração de investidores e de consumidores conscientes e alinhados com os propósitos da marca.
A agenda ESG serve como um guia para que as empresas possam contribuir ativamente para a descarbonização. Ao integrar os princípios ESG em suas estratégias, as empresas podem identificar e mitigar riscos climáticos, otimizar o uso de recursos, promover a economia circular, engajar stakeholders. Tudo isso contribui para a construção de relacionamentos mais sólidos e transparentes, alinhados com os objetivos de sustentabilidade.
O potencial do Brasil na transição energética
A hidroeletricidade é, historicamente, a maior fonte de energia do Brasil, no entanto, a matriz energética do país tem passado por importantes transformações nos últimos anos. A participação das fontes renováveis, como eólica e solar, vem crescendo significativamente, impulsionada por políticas públicas e pela queda dos custos das tecnologias.
A matriz energética brasileira apresentou um crescimento expressivo em 2023, impulsionada principalmente pelas fontes renováveis eólica e solar. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a geração de energia elétrica aumentou 10.324,2 megawatts (MW) no ano passado, superando a meta estabelecida e registrando o maior incremento desde 2016. A energia eólica, com um acréscimo de 4.919 MW, e a solar, com 4.070,9 MW, foram as principais responsáveis por esse avanço, representando juntas quase 87% do crescimento total
No entanto, o Brasil ainda enfrenta desafios para acelerar a transição energética. O desmatamento de biomas importantes, como o Pantanal e a Floresta Amazônica, é um dos principais responsáveis pelo aumento das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a dependência de combustíveis fósseis no setor de transportes ainda é alta, e representa uma barreira para a descarbonização da economia.
O Brasil possui um enorme potencial para liderar a transição para uma economia de baixo carbono. Com abundância de recursos naturais e uma matriz energética diversificada, o país pode explorar diferentes fontes renováveis, como a energia eólica, solar e hidrelétrica.
O hidrogênio verde, produzido a partir de energia renovável, é, também, uma promissora alternativa para descarbonizar setores em que é mais difícil reduzir a produção de gás carbônico e outros gases tóxicos, como a indústria e o transporte pesado.
A descarbonização da economia é chave para se construir um mundo mais sustentável
A transição para uma economia de baixo carbono, impulsionada pela descarbonização, traz uma série de impactos socioeconômicos positivos e necessários para a construção de um futuro mais justo, igualitário e sustentável.
A redução da poluição do ar e da água é uma consequência direta da descarbonização, traz mais qualidade de vida para as pessoas, reduzindo a incidência de doenças respiratórias e outras enfermidades relacionadas à poluição.
A geração de empregos é outro ponto positivo da descarbonização. O setor de energias renováveis e tecnologias limpas tem o potencial de gerar um grande número de empregos, tanto na produção quanto na instalação e manutenção dos sistemas.
Tudo isso resulta em mais equidade social, pois a transição justa para uma economia de baixo carbono visa garantir que os benefícios da descarbonização sejam distribuídos de forma equitativa, evitando que comunidades marginalizadas sejam negativamente impactadas.
Para as empresas, de qualquer natureza, que optam pela descarbonização em seus processos, os benefícios também são muitos.
A descarbonização pode impulsionar o crescimento econômico através da criação de novos mercados, da geração de empregos e do aumento da eficiência energética. Enquanto o desenvolvimento de tecnologias limpas e eficientes estimula a inovação e a competitividade das empresas.
Há, ainda, uma maior segurança energética, ampliada pela diversificação da matriz energética e pela redução da dependência de combustíveis fósseis.
Essas são algumas razões pelas quais empresas e investidores estão cada vez mais interessados em projetos sustentáveis, que possam atrair novos investimentos para países que lideram a transição energética.
Estratégias para vencer os desafios da descarbonização da economia e aproveitar as oportunidades
Aderir à agenda ESG exige vontade e determinação das empresas, órgãos públicos e outras entidades. Essa tarefa nem sempre é simples, pois exige que diferentes setores e esferas públicas e privadas estejam alinhados. No entanto, o resultado é sempre satisfatório.
Um dos dos principais desafios é a criação de políticas públicas que incentivem a produção e o consumo de energias renováveis, estabeleçam metas ambiciosas de redução de emissões e promovam a eficiência energética. A colaboração entre o setor público e o setor privado é fundamental para mobilizar recursos e acelerar a transição energética.
Outro ponto determinante é o investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e soluções para os desafios da descarbonização. Além da qualificação da mão de obra para atender à demanda por profissionais especializados no setor de energias renováveis.
Por fim, é importante destacar a importância de se educar a população — e, no caso das empresas, esse ponto inclui funcionários, gestores, prestadores de serviços, fornecedores e clientes. A conscientização da população sobre a necessidade da descarbonização é fundamental para mudar hábitos de consumo e gerar demanda por produtos e serviços mais sustentáveis.
A descarbonização da economia é determinante para garantir a saúde do planeta e o bem-estar das futuras gerações. E, ao integrar os princípios do ESG em suas estratégias de negócio, as empresas podem contribuir para a construção de um futuro mais justo e equitativo para todos.
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