
Cerca de 20 mil brasileiros vivem no Líbano, e governo estima que 3 mil queiram deixar a região em razão do conflito entre Israel e Hezbollah. Negociações envolveram diplomatas e aval do presidente Lula. Nesta terça-feira (8), o segundo voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com repatriados do Líbano, zona de conflito entre Israel e o grupo extremista Hezbollah, chegou ao território brasileiro.
Desde que o conflito no Oriente Médio se intensificou, principalmente na região sul do Líbano, o governo brasileiro iniciou as conversas para fazer a operação de resgate dos cidadãos que precisariam de ajuda oficial para deixar a região.
Ao todo, segundo estimativa do Itamaraty, cerca de 3 mil dos 21 mil brasileiros que vivem no Líbano querem retornar ao país e deixar a zona de conflito.
Avião da FAB volta a Lisboa para aguardar nova operação de resgate
Para isso, a FAB tem utilizado a aeronave KC-30 (com capacidade para 230 pessoas) e também pode passar a utilizar o KC-390 (com capacidade para 90 pessoas).
Avião que vai repatriar brasileiros do Líbano
FAB
Pelas estimativas da FAB, será possível repatriar cerca de 500 brasileiros por semana, a depender da situação no Líbano — isto é, se o conflito se intensificar, a FAB terá de aguardar condições para pousos e decolagens em Beirute.
Para que a aeronave brasileira pudesse pousar em Beirute, porém, foram necessárias diversas conversas internas no governo, na própria Força Aérea e no Ministério das Relações Exteriores, além de negociações com autoridades estrangeiras e aval do presidente Lula.
No Líbano, a embaixada do Brasil em Beirute tem feito diversos contatos diretos e frequentes com autoridades locais para prestar as informações necessárias, com objetivo de garantir que a repatriação possa ocorrer em segurança.
Veja, abaixo, a cronologia da repatriação até esta segunda-feira (7):
Resgate no Líbano: avião da Fab faz primeiro voo de repatriação de brasileiros
Parentes estrangeiros
Diante da escalada do conflito no Líbano, a embaixada brasileira em Beirute disponibilizou um formulário para todos os brasileiros que vivem na região informarem se precisam de algum tipo de ajuda.
Além dos voos de repatriação, o documento também funciona como uma ferramenta para acesso a outras propostas. São exemplos orientações sobre os serviços públicos locais, como polícia e hospital.
O documento pode ser preenchido por brasileiros e estrangeiros parentes de primeiro grau de brasileiros — pai, mãe e filho, por exemplo.
Segundo o Itamaraty, o objetivo é não separar as famílias, portanto, seja por meio da ajuda no Líbano ou por meio da repatriação, os parentes estrangeiros de brasileiros também podem solicitar ajuda.
Ao chegar ao Brasil, o parente estrangeiro de brasileiro será orientado, por exemplo, sobre documentação e acesso a serviços públicos.