
De acordo com o Sipam, Manaus e as cidades ao entorno voltam a apresentar boa qualidade do ar devido a mudança na direção dos ventos no sudeste do Amazonas e sudoeste do Pará. No sul do estado, primeira quinzena de agosto apresenta crescimento nos registro de focos de incêndio, aponta Inpe Fumaça encobriu a capital amazonense por cinco dias
Divulgação/Redes Sociais
Uma mudança na direção dos ventos, nesta quinta-feira (5), ajudou a dissipar a fumaça que encobriu Manaus nos últimos cinco dias, informou o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). Apesar disto, as queimadas no sul do Amazonas, apontadas pela Defesa Civil como causa da péssima condição de ar na capital, aumentaram este mês.
De acordo com o Sipam, Manaus e as cidades ao entorno voltam a apresentar boa qualidade do ar devido a mudança na direção dos ventos no sudeste do Amazonas e sudoeste do Pará.
Na capital amazonense, a “neblina” de fumaça começou a ser registrada no sábado (10), e encobriu a cidade até a tarde de quarta-feira (14). Durante o período, a qualidade do ar chegou a ser considerada “péssima” de acordo com o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva). O índice é o mais severo na escala de medição.
Para ser considerado de boa qualidade, o ar precisa medir entre 0 e 25 μm/m³ (micrómetro por metro cúbico de AR), Durante o período das intensas fumaças em Manaus, bairros das Zonas Sul, Centro Sul e Oeste foram os principais pontos afetados. No domingo (11), o bairro Vila Buriti chegou a registrar índices superiores a 125 μm/m³.
Na manhã desta quinta-feira, a qualidade do ar em toda a capital é considerada “boa”, segundo medição do Selva, com índices variando entre 11 μm/m³ e 20.5 μm/m³.
Leia mais:
Fiocruz recomenda uso de máscaras durante período crítico de exposição à fumaça em Manaus
Fumaça de queimadas persiste pelo 4º dia consecutivo em Manaus: ‘situação tende a se agravar’, alerta especialista
Queimadas
Focos de queimadas começam a preocupar motoristas no sul do Amazonas
No sul do Amazonas, as queimadas florestais continuam intensas. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre os dias 1 e 15 de agosto deste ano, foram registrados 4.548 queimadas, um aumento de 261% em comparação ao mesmo período de 2023, que teve 1.259 focos .
Ainda de acordo com o monitoramento do órgão, nos primeiros quinze dias de julho deste ano, mês em que os incêndios bateram recorde no estado, foram registrados 326 focos. No comparativo com a primeira quinzena de agosto deste ano, houve um aumento de 1.295% nos focos registrados.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, cobrou mais apoio do governo federal para o combate das queimadas que assolam o estado.
“Algo em torno de 80% dos incêndios que estão acontecendo nesse momento são em assentamentos e em áreas indígenas, que são de responsabilidade do governo federal. É necessário que o governo federal também comece a fazer a sua parte e de forma mais incisiva”, disse o governador.
O diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Juliano Valente, alertou sobre o fator humano na causa dos focos de calor.
“Entre o período de intensidade solar maior, muito mais sol e pouca chuva, começa o período de queimada. Essa queimada no estado do Amazonas, ela é intencional, ou seja, ela é provocada. É raríssimos os casos em que ela acontece de forma inusitada. Mas ela é 90% provocada “, destacou o presidente.
Emergência Ambiental
O Amazonas está em emergência ambiental devido aos focos de calor. Ao todo, são 22 dos 62 municípios do estado nessa situação. Segundo o estado, durante o período de 180 dias está proibida a prática de fogo, com o sem uso de técnicas de queima controlada.
Em julho de 2024, o Amazonas bateu um recorde no número de queimadas, segundo dados do Programa de BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O estado contabilizou 4.241 focos de incêndio durante todo o mês, sendo o maior número desde 1998, quando o órgão começou a monitorar as queimadas na Amazônia.
Enfrentamento das queimadas
O Corpo de Bombeiros informou que está atuando desde junho no sul do Estado, por meio da Operação Aceiro. De acordo com a Sema, entre 3 de junho e 9 de agosto, as equipes combateram mais de 5 mil focos de incêndios.
Além disso, o governo do estado informou que o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) também têm trabalhado no combate às queimadas na região.