
Segundo os biólogos da Onçafari, a cicatrização de Valente foi lenta e exigiu diversos tratamentos complementares para regenerar os tecidos. Anta Valente volta ao Pantanal após sobreviver as queimadas
A anta Valente, que sobreviveu aos incêndios que destruíram 2 milhões de hectares do Pantanal em 2024, foi reintroduzida à natureza. O animal, que tem cerca de um ano, estava sob os cuidados de biólogos da Organização Não Governamental (ONG) Onçafari desde agosto, quando foi resgatado.
Valente foi solto na Fazenda Caiman, no Pantanal de Miranda (MS), onde fica a base do Onçafari. Segundo a equipe, a anta sofreu queimaduras severas nas patas e precisou ser tratada com pele de tilápia, pomadas cicatrizantes e ozonioterapia.
Em janeiro de 2025, Valente foi transferido para um recinto de 1 hectare, que simulava seu habitat natural, com acesso à vegetação nativa e a um grande açude, proporcionando mais liberdade. Em março, ele já conseguia andar 100% novamente e, na sexta-feira (25), foi finalmente reintroduzido à natureza.
“Isso foi essencial para a readaptação dele. Valente recebeu brincos de rastreamento para que possamos monitorá-lo em seu habitat natural”, detalhou a equipe do Onçafari.
Tratamento
“O curativo biológico tem uma rica quantidade de colágeno que vai ser ideal para o processo de cicatrização e não tem troca diária de aplicativo, o animal fica com o curativo por 10 a 12 dias. Isso impede a perda de líquidos do animal e a pele da tilápia protege contra infecções”, explicou o biólogo e coordenador da equipe, Felipe Rocha, ao g1.
A pele da tilápia foi utilizada inicialmente no tratamento de queimados. A técnica para a recuperação desses pacientes desenvolvida pela Universidade Federal do Ceará (UFC) chegou a ser exportada e usada para curar queimaduras de ursos na Califórnia.
Anta é reintroduzida após vencer as queimadas no Pantanal
Rafael Del Prete/Onçafari
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: