Cenipa apresenta relatório preliminar sobre causa da queda do avião em Vinhedo


Relatório é apresentado em coletiva de imprensa na Base Aérea de Brasília. Familiares das vítimas estão na capital federal para acompanhar a divulgação das informações. Avião que caiu em Vinhedo
Reprodução/TV Globo
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), divulga nesta sexta-feira (6) um relatório preliminar sobre os motivos da queda do avião da Voepass, que deixou 62 vítimas em Vinhedo (SP), no início de agosto.
O documento é apresentado em coletiva de imprensa na sede do Cenipa, em Brasília.
Cerca de 70 representantes, entre familiares e advogados das vítimas, viajaram até a capital federal para receber informações sobre o caso. Eles foram recebidos pela equipe do Cenipa antes da coletiva.
O acidente, no dia 9 de agosto, foi com uma aeronave ATR 72-500 que fazia o voo 2283, entre Cascavel (PR) e Guarulhos (SP). O veículo caiu em Vinhedo (SP), a cerca de 115km do destino.
Todas as 62 pessoas que estavam a bordo, entre passageiros e tripulantes, morreram.
IML já identificou 27 corpos do avião que caiu em Vinhedo
O documento definitivo ainda não tem data para ser entregue. Participam da coletiva o chefe do Cenipa, brigadeiro Marcelo Moreno, e demais investigadores do órgão.
Informações preliminares
Antes da divulgação do relatório, apurações preliminares informaram que o gravador de voz da cabine do ATR 72-500 registrou conversas do copiloto sobre “dar potência” à aeronave minutos antes da queda, além de gritos dentro do avião.
As duas horas de transcrição foram feitas pelo laboratório de leitura e análise de dados do Cenipa.
Segundo os investigadores do órgão, a análise preliminar dos dados indica que o avião perdeu altitude de forma repentina. Mas, a análise do áudio da cabine, sozinha, não era o suficiente para cravar uma causa aparente para a queda.
Investigação da Polícia Federal
Em paralelo à investigação do Cenipa, a Polícia Federal (PF) também apura as razões do acidente por meio de análises dos dados de componentes e caixas-pretas do avião.
A investigação acontece de forma conjunta entre os dois órgãos. Diferentemente do Cenipa, que apura as causas para apontar melhorias e evitar futuras tragédias, a investigação da polícia busca verificar se existem pessoas que devam ser responsabilizadas criminalmente pela tragédia.
Por isso, a PF vai produzir, paralelamente ao relatório final do Cenipa, um Laudo de Sinistro Aeronáutico. Para a produção dele, peritos criminais do Instituto Nacional de Criminalística vão acompanhar todos os exames, ensaios e testes realizados no Cenipa, incluindo análise dos destroços, do motor, das caixas pretas e outros.
Segundo a corporação, esse documento é importante porque traz aspectos técnicos e científicos acerca do acidente aéreo que, confrontados com testemunhas, podem indicar se atuações pessoais contribuíram com o acidente.
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