O Figueirense executou uma estratégia quase perfeita no clássico contra o Avaí. Mesmo com um jogador a menos desde o primeiro minuto de partida, a equipe treinada por Thiago Carvalho negou espaços cruciais ao rival.
Com a expulsão de Kayke aos 26 segundos era natural que o jogo fosse condicionado ao Avaí ter mais a posse de bola e, consequentemente, empurrar o Figueirense para trás. E assim foi.
A estratégia do treinador alvinegro passou por utilizar o volante Rodrigo como um terceiro zagueiro. O próprio treinador fez mistério quanto a isso ter sido condicionado ou não pela expulsão, contudo, o movimento parece treinado para mesmo que o jogo se desenhasse 11 contra 11. E faz sentido.
Em organização ofensiva, ou seja, quando o Avaí se posiciona no campo para atacar o adversário, a equipe se posiciona em um 3-2-5. Mário Sérgio fica alinhado aos zagueiros, os dois volantes mais à frente, com Marcos Vinícius e Gaspar abertos, com Burbano e Marquinhos Gabriel circulando atrás de Hygor.
A partir do momento em que o Figueirense faz essa linha de cinco na defesa, ele tira a sobra que teria em sua última linha caso fosse uma linha com apenas quatro defensores.
Além disso, quando o Avaí fazia lançamentos com Brock para encontrar Marcos Vinícius no corredor direito, Samuel podia saltar no lateral rival sem que se abrisse um espaço muito grande entre ele e o zagueiro.
Espaço negado pelo meio
No meio-campo, o Figueirense se defendia em um losango, com Jhonny Douglas, João Lucas e Gabriel Santiago, além disso, Marlyson descia próximo aos meias. Com isso João Vitor e Barreto, os volantes do Avaí, ficavam encaixotados entre quatro jogadores do adversário. Isso quase que “obrigava” o Leão a circular a bola apenas por fora do bloco de marcação adversário.
Ainda assim, na base da imposição, conseguiu criar chances na reta final do primeiro tempo em cruzamentos da intermediária (dificuldade “crônica” do Figueirense neste início de ano) e na finalização de João Vitor na trave.
Pontos sobre o Avaí:
- A circulação da bola é lenta, o que facilita para o bloco defensivo adversário balançar e sempre cobrir a bola. Isso já foi um problema nos outros jogos;
- Marcos Vinícius vive má fase, então mesmo recebendo em situações de um contra um contra Samuel quase o primeiro tempo inteiro, ele não conseguiu gerar jogadas de perigo;
Segundo tempo
Enderson Moreira voltou para o segundo tempo com Zé Ricardo e Cléber nas vagas de Barreto e Marcos Vinícius. Com isso, a equipe passa a atuar em um 4-4-2 com Gaspar como lateral-direito e Cléber como dupla de ataque de Hygor.
Com isso, o Avaí passou a colocar seis jogadores (Mário Sérgio, Burbano, Marquinhos Gabriel, Cléber, Hygor e Gaspar) na última linha do Figueirense, tendo os dois centroavantes por dentro.
Além disso, Zé Ricardo passou a fazer a saída de bola junto aos zagueiros.
Com a entrada de Cleber, Thiago Carvalho respondeu com Matheus Alves no lugar de Rodrigo para aumentar a estatura da zaga do Figueirense. Além disso, logo aos 13’ colocou Rafinha Potiguar e Lucas Mineiro nos lugares de Gabriel Santiago e Marlyson.
A partir disso, a equipe passou a se defender com uma linha de quatro jogadores no meio-campo, deixando os zagueiros do Avaí e Zé Ricardo com certa liberdade para trocarem passes até a altura do meio-campo.
A partir disso, havia um “gatilho” para o Figueirense pressionar. O zagueiro do Avaí que recebesse o passe pelos lados (Eduardo Brock ou Jonathan) o jogador do Figueirense desgrudava da linha de quatro jogadores de meio para evitar um lançamento.
O Avaí voltou a mostrar lentidão na circulação da posse. Muitas vezes Marquinhos Gabriel vinha buscar a bola no pé dos zagueiros por ficar “encaixotado” entre as linhas de meio e defesa do adversário.
A reta final foi marcada por muitos lançamentos de Brock para Garcez, que entrou no lugar de Gaspar pelo lado direito, mas o camisa 27 pouco fez.