Incêndios e mudança no fluxo dos ventos: entenda motivo da nuvem de fumaça em Goiás


Especialista explica que avanço da frente fria mudou o fluxo dos ventos e trouxe um acúmulo de fumaça para o estado. Bombeiros também contaram que Goiás teve diversos focos de incêndio no fim de semana. Goiânia encoberta por fumaça
Paula Resende/g1
A visão de um horizonte acinzentado tem sido presente na janela dos goianos em diversas partes do estado desde o fim de semana. Esse fenômeno tem ocorrido devido a uma nuvem de fumaça que encobertou Goiânia e outras cidades de Goiás. Ao g1, o gerente do entro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, explica a causa dessa fumaça:
“Com o avanço da frente fria mudou o fluxo dos ventos e isso empurrou e espalhou a fumaça das queimadas da região Sudeste [do país], da região Norte e da nossa região. Misturou tudo e ficou tudo junto aqui, resultando naquele cenário terrível”, detalhou.
Goiás teve diversos focos de incêndio combatidos no dia 24 de agosto, segundo o Corpo de Bombeiros, o que pode ter contribuído para a intensificar ainda mais a fumaça no estado.
Até quando dura a fumaça?
A expectativa é que a fumaça comece a dispersar de forma significativa a partir de quarta-feira (28), melhorando de forma gradual, de acordo com informações do Cimehgo. Nesta terça-feira (27), no entanto, já foi possível visualizar uma melhora, a partir de mapas compartilhados pelo centro de meteorologia:
Fumaça em Goiás nos dias 25 e 27 de agosto
Mapas/Cimehgo e montagem/g1
O gerente do Cimehgo, André Amorim, explicou ao g1 que, da mesma forma que a alteração no fluxo de ventos trouxe a fumaça para Goiás, também é responsável por tirá-la do estado.
“O fluxo de ventos continua. Uma mudança agora no fluxo de vento, com ventos vindos de outras áreas, está empurrando essa fumaça para outras regiões, minimizando-a. Esse fluxo de ventos vai fazendo a troca e melhorando a qualidade do ar”, esclareceu.
Riscos à saúde
Fumaça encobrindo Goiânia no domingo (25)
Weimer Carvalho/O Popular
Além da visão cinzenta do horizonte pela janela, o fenômeno também pode causar riscos para a saúde, segundo a médica infectologista Marina Roriz, do Hospital de Doenças Tropicais (HDT).
“Essa fumaça tem gás carbônico e fuligens, que são partículas maiores irritantes para a mucosa do nariz e de todo o trato respiratório”, disse.
A médica ainda disse que essa condição do clima e da baixa umidade do ar, são prejudiciais, principalmente, para pessoas que já possuem alguma alergia, como rinite e sinusite.
Segundo ela, as crises alérgicas podem vir acompanhadas de outras doenças respiratórias. Roriz ainda destacou que se a fumaça continuar por muito mais tempo no ar, os prejuízos à saúde podem ser a longo prazo também.
“A exposição contínua pode levar a problemas crônicos, como alterações pulmonares e em todo o trato respiratório, além do cansaço crônico”, detalhou.
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