A empresa ACI Worldwide, projeta que os golpes com Pix devem atingir R$ 11 bilhões em 2028 no Brasil. O relatório “2024 Scamscope – The Battle for Trust” divulgado nesta terça-feira (21) no Estadão, analisa perdas financeiras por pagamentos instantâneos de outros cinco países: Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Austrália e Emirados Árabes Unidos.
Estudo projeta golpes com Pix até 2028
O comparativo é feito entre os anos de 2023 e 2028, demonstrando como será o comportamento das fraudes no período. Para realizar o estudo, informações públicas são analisadas, como as disponíveis nos bancos centrais, além de associações de pagamento, relatórios de empresas e feeds de notícias.
Em 2023, o Brasil era o quinto com mais golpes, segundo o levantamento, as perdas somavam R$ 2,12 bilhões. A liderança era dos Estados Unidos, com R$ 5,23 bilhões. O país deve se manter como primeiro em 2028, amargando R$ 12,46 bilhões.
Até 2028, o Brasil deve quarto com maior aumento em fraudes (52%), atrás do Emirados Árabes (277,436%), Estados Unidos (138,15%) e Austrália (52,07%). O segundo e terceiro países com maior aumento são Reino Unido (35,12%), e Índia (32,23%), respectivamente.
Golpes com Pix no Brasil
Segundo os autores, o Pix “revolucionou” a forma como transações financeiras são realizadas no país, oferecendo uma alternativa rápida e conveniente para consumidores e empresas.
O Banco Central e outras autoridades financeiras brasileiras tentaram mitigar os efeitos de fraudes. Ações foram tomadas como a adoção de limites de transferência, o monitoramento comportamental e de dispositivos para identificar atividades suspeitas, e o incentivo ao compartilhamento de dados entre instituições financeiras, o Open Finance.
Segundo o estudo, a inteligência artificial vem atuando como uma ferramenta de duplo propósito já que, por um lado, tem sido utilizada por criminosos para aprimorar suas técnicas de fraude, como na criação de esquemas de phishing mais sofisticados. Por outro, as instituições financeiras brasileiras estão cada vez mais recorrendo à IA para fortalecer seus sistemas de detecção de fraude.
Para que os esforços tenham sucesso, segundo a análise, é necessária uma integração de provedores de internet e de comunicação, além de campanhas de conscientização para clientes.
“Embora o Brasil tenha feito avanços significativos no combate à fraude em APP, a batalha está longe de terminar. Sistemas de pagamento em tempo real são uma parte vital da economia moderna, mas vêm com riscos inerentes que requerem monitoramento constante e soluções inovadoras”, diz um trecho da análise.
Criminosos usam a Dark web para aplicar golpes com Pix
Segundo os autores, com o aumento dos pagamentos em tempo real, os golpistas estão usando até IA para realizar os ataques, “automatizando golpes, melhorando o conteúdo, escopo e alcance de golpes”..
A análise indica ainda que os criminosos estão abrindo contas usando identidades sintéticas quando são usadas informações falsas e reais alimentadas por dados da dark web, ou mesmo comprando ou extorquindo de detentores legítimos de contas.
“Para enfrentar esses desafios, identificar tendências e fechar o cerco aos golpistas, bancos devem ‘combater fogo com fogo’ ao utilizar IA para ajudar a analisar dados de transações, sinalizar comportamentos suspeitos e facilitar a colaboração em tempo real com outros bancos”, diz o estudo.
Cuidados para prevenir de golpes com Pix
- Evite clicar em links estranhos enviados por WhatsApp, SMS ou e-mail;
- Utilize senhas fortes em seus dispositivos, a autenticação de dois fatores e nunca passe para terceiros. Essas medidas evitam que as contas em redes, como WhatsApp, sejam clonadas e utilizadas por golpistas para que apliquem golpes em parentes e amigos;
- Verifique se o site em que deseja realizar a compra possui o certificado digital, ou seja, links que comecem com o “https”;
- Evite passar dados pessoais por ligação. Os criminosos utilizam essas informações para enviar links falsos na tentativa de aplicar golpes;
- Monitore seu CPF regularmente para saber se não há registros. Dessa forma, o consumidor consegue saber de forma mais rápido se o seu nome está sendo usado por terceiros;
- Verifique os comentários de outros consumidores. O consumidor pode conferir a reputação da empresa por meio de sites, como o Reclame Aqui;
- Desconfie de ofertas com grandes diferenças de preços e últimos itens no estoque;
- Verifique se os dados da empresa, como razão social e CNPJ, estão corretos em boletos bancários e antes de finalizar transações via Pix;
- Desconfie de produtos e serviços oferecidos por páginas de redes sociais sem selo autenticação e baixo número de seguidores;
- Evite pagamentos fora da página em que os produtos e serviços foram escolhidos. Os criminosos fazem isso para evitar o bloqueio da transferência do dinheiro depois de uma denúncia.
*Com informações de Estadão Conteúdo