Dólar cai a R$ 6,04, com postura moderada de Trump sobre tarifas
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O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira (20) com queda de 0,36%, cotado a R$ 6,042, após a realização de leilões de dólares realizados pelo BC (Banco Central) e o discurso de posse mais moderado de Donald Trump sobre tarifas.Já a Bolsa encerrou com alta de 0,41%, aos 122.855 pontos, segundo dados preliminares.A moeda norte-americana iniciou o pregão rondando a estabilidade, chegou a operar em leve alta, com investidores à espera da posse de Trump como presidente dos EUA, mas apresentou queda depois que o BC vendeu US$ 2 bilhões em dois leilões de linha.A tendência de baixa seguiu firme após Trump não mencionar em seu discurso de posse um prazo para impor tarifas de importação. Em vez de taxar os países, o presidente prometeu, de forma genérica, uma revisão do sistema comercial.A queda do dólar também segue em linha com os mercados globais, que reagiram à informação de altos funcionários da nova administração de que Trump pretendia avaliar as relações comerciais com México, Canadá e China, e de que não imporia rapidamente novas tarifas.A moeda teve uma desvalorização de 0,9% em relação a uma cesta de seis moedas globais nesta tarde no mercado em Londres, colocando-a no caminho para seu maior declínio diário em mais de cinco meses.Uma matéria do The Wall Street Journal indicou que Trump divulgaria um memorando nesta segunda instruindo as agências a investigarem os déficits comerciais e as práticas comerciais injustas, mas não adotaria novas tarifas em seu primeiro dia no cargo.Inicialmente, os investidores estavam preparados para ações rápidas e agressivas, como a imposição de tarifas. Entretanto, a sinalização de um período de avaliação antes de qualquer medida tarifária frustrou as expectativas, levando à desvalorização do dólar.A cautela de Trump em relação às tarifas comerciais causou volatilidade no mercado, impactando negativamente o dólar e influenciando moedas globais.O euro e a libra esterlina valorizaram-se 1,1%, registrando seus melhores desempenhos desde o final de 2023.O peso mexicano e o dólar canadense subiram 1%, alcançando seus maiores ganhos em meses.Apesar da postura inicial de Trump, existe potencial para tarifas mais agressivas no futuro, dependendo das revisões comerciais.A repercussão mais ampla dos anúncios do novo presidente só deve ser conhecida na terça-feira (21), uma que vez os mercados dos EUA fecharam nesta segunda em razão do feriado do Dia de Martin Luther King Jr.”A agenda foi relativamente tranquila, não teve outros fatores além da posse do Trump e dos leilões do Banco Central. Decretos de Trump podem ter impacto no dólar, mas como ele fala bastante, parte já está precificado”, disse Tiago Feitosa, fundador da T2 educação.Após vencer as eleições de novembro, Trump tomou posse nesta segunda, ao lado do vice, J.D. Vance, retornando à Casa Branca após quatro anos.A cerimônia começou com a tradicional participação de Trump em um culto na Igreja Episcopal de St. John, localizada próxima à Casa Branca.Em seguida, como parte do protocolo de transição, ele tomou chá com o agora ex-presidente Joe Biden. Devido ao mau tempo em Washington, com previsão de frio intenso e neve, o juramento foi realizado dentro do Capitólio.Trump e Vance se reuniram com apoiadores em um centro de eventos na capital americana, onde o presidente fará seu primeiro discurso oficial.Na Casa Branca, Trump assinou os primeiros atos do mandato, incluindo medidas sobre deportação de imigrantes em situação irregular e possíveis perdões relacionados aos envolvidos na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021.Na cena doméstica, o BC vendeu US$ 2 bi em dois leilões de linha, na primeira intervenção no câmbio da da gestão do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo.Nessa modalidade, a autoridade monetária vende reservas internacionais no mercado à vista, mas com o compromisso de recompra em um prazo determinado.No primeiro leilão, foram aceitas três propostas no valor de US$ 1 bilhão, entre 10h20 e 10h25, a uma taxa de corte de 5,851% e com data de recompra no dia 4 de novembro de 2025.Já o segundo leilão ocorreu das 10h40 às 10h45, quando foram aceitas duas propostas no valor de US$ 1 bilhão, a uma taxa de corte de 5,879% e terá como data de recompra o dia 2 de dezembro de 2025.Ambas as vendas foram realizadas com base na taxa de câmbio da Ptax das 10h, que marcava R$ 6,078. O BC não informou o motivo das operações.As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) fecharam a segunda-feira em baixa, refletindo o recuo firme do dólar ao redor do mundo em uma sessão de otimismo, após notícias da posse de Trump e leilões do BC.No fim da tarde, a taxa do DI para julho de 2025 -um dos mais líquidos no curtíssimo prazo- estava em 14,04%, ante o ajuste de 14,031% da sessão anterior. Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 14,935%, com queda de 3 pontos-base ante o ajuste de 14,963%.Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 15,02%, em baixa de 13 pontos-base ante 15,153% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,96%, ante 15,07%.No trecho curtíssimo da curva, porém, as taxas pouco variaram, mantendo a precificação para o próximo encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, no fim deste mês.