Bem-estar na terceira idade: atitudes que ajudam na longevidade

O aumento da expectativa de vida já é uma realidade e impõe reflexões sobre os cuidados para garantir uma longevidade saudável. De acordo com médicos, o bem-estar e a saúde dos idosos depende de um conjunto de estratégias de saúde e de atitudes diante da vida.Cada vez mais, a velhice pode ser vivenciada com alegria, prazer, diversão e autocuidado, analisa a médica psicogeriatra Maria Benedita Reis. Compreender que todas as fases da vida exigem adequações pode ser a chave para a felicidade, opina. “Encontrar ou resgatar um sentido para a vida é fundamental, principalmente, na velhice. O autocuidado e a autogentileza são importantes para alcançarmos o bem-estar e a felicidade. É preciso compreender a vida como um fluxo cheio de mudanças, tanto no corpo quanto na mente”.A geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia no Espírito Santo (SBGG-Regional Espírito Santo), Daniela Barbieri, enfatiza a importância de cultivar bons relacionamentos, praticar a espiritualidade e descobrir atividades prazerosas. Ela defende que boas atitudes influenciam uma longevidade saudável e feliz. “Ter um propósito é o que nos move como seres humanos. Se perdermos o objetivo em estarmos vivos, não há energia ou interesse no que está ao redor de nós. Ter um porquê e para quem, em qualquer idade, nos faz seguir com alegria”.Os exercícios físicos melhoram o condicionamento, o funcionamento do coração e permitem que o sangue circule melhor por todo o corpo, beneficiando todos os órgãos, incluindo o cérebro. É o que aponta o professor de Geriatria da Ufes Roni Chaim Mukamal. Para motivar o idoso a praticar exercícios, é essencial encontrar algo que ele goste, analisa o médico.“Não vamos transformar um sedentário em um triatleta de uma vez. Ele pode começar com caminhadas ou, se possível, frequentar uma academia ou participar de grupos de atividades coletivas. O mais importante é encontrar algo que motive o paciente”.Lazer garantido

Maria Tereza Amaral, de 64 anos

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Leone Iglesias/ AT

A professora universitária Maria Tereza Amaral, de 64 anos, mantém uma rotina ativa e defende que as atividades de lazer são essenciais para a saúde mental.“Conviver com os netos é uma das alegrias que eu vivo hoje. Eu acredito que o envelhecer pode ser criativo, repleto de projetos e recompensador. Cada pessoa reconhece as próprias vontades, e, no meu caso, acredito que a longevidade pode vir acompanhada de muitas vivências – muito além da ‘caixinha’ que costumam colocar os idosos”.

Saturnino Meira, de 74 anos

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Bem-estarAs caminhadas diárias na Praça dos Namorados, em Vitória, fazem parte das estratégias do aposentado Saturnino Meira, de 74 anos, para melhorar a mobilidade e as resistências física e cardiorrespiratória.Ele conta que, regularmente, intercala a caminhada com corrida.“É algo que me faz muito bem. Não gosto de fazer caminhada na esteira. Acho que o ambiente externo é mais convidativo”.

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Talita Alves, psicóloga da Rede Meridional

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Análise“Estratégias podem fortalecer a rede de apoio da pessoa idosa”“A perda do cônjuge com quem o idoso (a) esteve casado por anos, de amigos, o distanciamento de familiares, as mudanças de rotina com redução de atividades e as limitações físicas são alguns dos fatores que contribuem para o isolamento social e intensificam o sentimento de solidão em pessoas idosas. Assim, elas tendem a diminuir a participação em atividades sociais, falar mais sobre o passado, expressar tristeza, o que somado a outros fatores, pode impactar a saúde mental.Diante dessa situação, existem estratégias que podem fortalecer a rede de apoio da pessoa idosa. Além dos encontros presenciais, as redes sociais e videochamadas podem facilitar o contato, ao favorecer relacionamentos à distância. Participar de grupos de apoio ou de grupos de interesse (para atividades físicas, dança, canto e ações sociais) proporciona um sentimento de pertencimento, que é importante para o desenvolvimento cognitivo e social. Além do acompanhamento médico, alimentação saudável e a orientação com psicólogo também auxiliam na melhora da comunicação e estimulam a conexão com outras pessoas. Essas estratégias favorecem a diminuição de estresse e de quadros depressivos para os idosos e se tornam fatores protetivos para a saúde mental e, consequentemente, para a saúde física. Esses cuidados são fundamentais para garantir uma longevidade mais feliz e saudável”.

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