Pessoas afetadas pelo norovírus sofrem com gastroenterite aguda, que provoca vômitos e diarreia | Foto: Freepik
Nos últimos dias, o surto de gastroenterite no litoral paulista tomou conta dos noticiários do País. Amostras coletadas pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo apontaram que a virose foi provocada pelo norovírus. A Grande Vitória apresentou 1.091 casos de gastroenterite este ano, de acordo com as prefeituras. Mas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) não identificou ainda a circulação do norovírus no Estado. Para esclarecer sobre o vírus, a reportagem ouviu médicos especialistas. A infectologista Tâmea Pôssa explicou que o norovírus é um vírus RNA que provoca gastroenterites agudas, podendo causar surtos esporádicos e epidemias. “Ele é altamente contagioso e pode afetar pessoas de todas as idades. A transmissão é fecal-oral, por contato direto com pessoas infectadas ou consumo de água e alimentos contaminados, como frutas, vegetais e frutos do mar, como ostras cruas”, explica. Segundo Tâmea, o norovírus é resistente às variações de temperatura, desinfetantes e mudança de pH. “Isso é um problema, porque ele resiste no ambiente, podendo contaminar mais pessoas”.A médica de família e comunidade, mestre e doutoranda em Doenças Infecciosas pela Ufes Taynah Repsold esclarece que é comum que os primeiros indícios de contaminação surjam de maneira relativamente rápida, podendo ocorrer até no mesmo dia em que a pessoa entra em contato com o vírus. “Na maioria das vezes, o quadro se mantém intenso por cerca de dois a três dias, mas pode perdurar por até uma semana. Logo nas primeiras 48 horas, costuma haver uma sequência de evacuações líquidas, o que facilita perdas consideráveis de líquidos e eletrólitos, associadas a náuseas e vômitos”. Geralmente, de acordo com Taynah, o norovírus causa uma infecção autolimitada, que melhora por conta própria, com repouso e hidratação adequada. “Porém, é crucial procurar o pronto atendimento médico assim que surgirem sinais de alarme. Por exemplo, vômitos e diarreia que persistem de forma intensa ou a presença de sinais de desidratação, como ressecamento da boca e da pele, tontura, pouca urina e sensação de fraqueza significativa”, explica.Fique por dentroNorovírusO norovírus é um vírus RNA que causa gastroenterites agudas em humanos, podendo provocar surtos esporádicos e epidemias. Ele é altamente contagioso e pode afetar pessoas de todas as idades. ContaminaçãoA principal forma de transmissão do norovírus se dá pela via fecal-oral, isto é, quando a pessoa consome alimentos ou água contaminados, bem como tem contato com pessoas contaminadas.Ele também se espalha com facilidade em ambientes populosos, como praias durante o verão, quando há proximidade entre as pessoas, compartilhamento de utensílios e alimentos.É mais grave que outros vírus?Segundo a infectologista Tâmea Pôssa, ele não é mais grave que outros agentes de diarreia. A gravidade depende do paciente. O norovírus será mais grave em pacientes imunocomprometidos, idosos e crianças, por serem mais sensíveis à desidratação, que pode ser mais grave nos extremos de idade.SintomasLogo nas primeiras 48 horas, segundo a médica de família e comunidade Taynah Repsold, costuma haver uma sequência de evacuações líquidas, o que facilita perdas consideráveis de líquidos e eletrólitos, associadas a náuseas e vômitos. Embora febre baixa ou dores musculares nem sempre se manifestem, alguns indivíduos podem apresentá-las, assim como dores de cabeça e aumento na temperatura corporal.Segundo o serviço de saúde britânico (NHS), as principais queixas incluem sensação de enjoo, diarreia e vômitos. Em linhas gerais, ainda se observam dores abdominais e mal-estar, frequentemente surgindo entre 12 e 48 horas após a infecção. Como tratar?É fundamental manter hidratação rigorosa ao longo de todo o processo, pois o excesso de vômitos e diarreia pode agravar a desidratação e afetar o equilíbrio de eletrólitos, comprometendo a recuperação, alerta a médica Taynah. É crucial procurar o pronto atendimento médico assim que surgirem sinais de alarme. Fonte: Especialistas consultadas.