Chris Bersot, assessora de etiqueta à mesa e eventos, disse que é preciso combinar a contribuição entre os convidados de uma festa
| Foto:
Fábio Nunes/ AT
Pedir colaboração em festa, especialmente em eventos como aniversários e celebrações íntimas, virou polêmica nas redes sociais. Muitos consideram essa prática uma gafe, argumentando que o anfitrião deveria arcar com os custos do evento que decidiu organizar. Por outro lado, há quem defenda as “festas colaborativas”, especialmente em tempos de inflação e economia instável, onde dividir os custos entre os convidados parece uma solução justa.Para a assessora de etiqueta à mesa e eventos Chris Bersot, esse tipo de prática não é considerada uma gafe desde que seja combinada entre as partes. “Quando essa festa é mais íntima, para a sua família ou até entre amigos, combinar uma festa americana, onde cada um leva uma coisa, ok. Isso é comum acontecer”, explica. “Mas quando a pessoa é anfitriã da festa e, pelo convite, ela determina o que cada um precisa levar, como comida, bebida ou até pagar o local do evento, aí é bem deselegante”.Além disso, quando alguém toma a iniciativa e se dispõe a fazer uma festa, ela precisa planejar e colocar na ponta do lápis os custos, afinal, de acordo com a cerimonialista Marta Veiga, fazer uma festa é opcional. “O convidado, muitas vezes, já gastou com penteado, maquiagem, roupa e carro para ir à festa. A pessoa que decide fazer deve ter condições para aquilo, e, se não tiver, deve planejar a festa de forma mais econômica. Tudo é questão de planejamento”.Stella Miranda, produtora de eventos, acrescenta que, neste caso, o ditado ‘o combinado não sai caro’ se encaixa perfeitamente. Ela concorda com a ideia de que, com as partes cientes do combinado, não é gafe nenhuma abrir a possibilidade para que cada convidado leve a bebida, dependendo, é claro, do evento. Pluralidade“Sempre usamos a máxima de que ‘quem convida dá banquete’, mas nos últimos tempos as pessoas começaram a tomar outro hábito, que eu não acho que seja gafe, dependendo do evento. Pedir que alguém traga a sua bebida não necessariamente está ligado à falta de condição financeira do anfitrião, e sim à pluralidade de cada um”. Ela explica: “Sempre vai ter quem goste de gin, outros de espumante, guaraná, cerveja ou qualquer outro tipo de bebida. E é muito difícil você ser tão plural. Então, é mais seguro que você dê a chance do seu convidado levar a bebida preferida”.Fala, leitor!
| Foto:
Kadidja Fernandes/ AT
“Eu acho bem tranquilo e normal. Gafe nenhuma o anfitrião pedir algo para contribuir com a festa”- Sonia Dantas, 62 anos, aposentada
| Foto:
Kadidja Fernandes/ AT
“Combinar com a galera não é gafe. Mandar no convite e intimar o convidado é deselegante. Parece obrigação”- Singrid dos santos, 37 anos, cabeleireira
| Foto:
Kadidja Fernandes/ AT
“Acho válido pedir colaboração no convite, visto que vivemos tempos de inflação. O importante é comemorar”- Thales farias, 31 anos, dono de pet shop
| Foto:
Kadidja Fernandes/ AT
“É até uma forma de contribuir. Com o preço das coisas, ficar tudo para o anfitrião pagar é complicado. Dividindo todos aproveitam”- Cristiane Moreira, 35 anos, vendedora
| Foto:
Kadidja Fernandes/ AT
“Eu acho normal receber convites e convidar para festas no estilo americano. Não vejo como gafe pedir algo no convite”- Vanderli lourençon, 53 anos, pedagoga