Nino Paixão explicou que um ambiente não acolhedor afeta o cognitivo e o socioemocional das crianças
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Brincar é coisa séria. Em uma hora de palestra, com direito a axé, frevo e rock, o consultor na área de Neurociências Nino Paixão destacou a importância do prazer de aprender e de ensinar.Ele foi um dos convidados do 12º Congresso Educacional das Escolas Particulares do Espírito Santo, que reúne mais de 750 gestores e educadores até esta sexta-feira (16), em Vitória.Leia mais sobre Educação O evento, promovido pelo Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), tem como tema “Mundo Linear x Mundo Exponencial: Qual o é o papel da educação?”. A palestra de Nino Paixão foi um dos destaques na quinta-feira (15). Ele ressaltou a importância de um ambiente acolhedor para o aprendizado. “Se não for para falar uma coisa boa, fica quieto. Uma palavra fere mais que um tapa. Um ambiente não acolhedor afeta o cognitivo, o socioemocional e – pasmem – as crianças crescem menos. Elas ainda ficam com mais frequência doentes, e isso prejudica a memória. Ficam medrosas, inseguras. Então, veja, o estresse mata neurônios. Por isso, brincar é coisa séria”.Ele ressaltou que um trabalho publicado apontou que a criança que não brinca tem tendência a ter Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Ele apontou ainda que é brincando que a criança aprende. “Vamos pegar a criança nossa em casa, abraçar, apertar, rolar, fazer ela rir. É brincando que ela começa a dividir a bola com alguém, dividir o brinquedo. Se ela ganhou, se ela perdeu, é possível trabalhar o socioemocional”. Aos educadores, o palestrante destacou ainda a importância do prazer de ensinar. “Professor não pode mais ser só cuspe, giz e apostila. Os alunos esperam uma aula agitada, ativa, onde ele possa falar. Paulo Freire diz que ensinar não é transmitir conhecimento, mas dar as possibilidades de construir conhecimento. E esse conhecimento é o que fica para sempre.”Paixão frisou que a educação não merece quem não é apaixonado por ela. “Vamos trabalhar e viver com leveza. Isso é muito importante. Abrace o que te faz bem, o que te faz viver com humor. Quem vive com humor, vive melhor. Isso fortalece a saúde mental e física”, observou.“Você não será substituído pela IA, mas por quem usá-la melhor”
Juliano Kimura: tecnologias
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“A Cegueira Coletiva da Inteligência Artificial” foi o tema abordado pelo especialista em Transformação Digital Juliano Kimura.O autor do “O Livro Secreto das Redes Sociais”, eleito duas vezes o melhor profissional de redes sociais pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, Kimura destacou que não tem como competir com a Inteligência Artificial (IA). “Você não vai ser substituído por uma Inteligência Artificial. Você vai ser substituído por alguém que usá-la melhor”, afirmou o palestrante, convidando os educadores a se juntarem às tecnologias sem medo. Ele salientou, ainda, que é preciso sair do discurso de levar a Inteligência Artificial como protagonista. “A IA não é protagonista. Quem é protagonista é o ser humano. Ela não passa de uma ferramenta e um meio. Ela é coadjuvante. A gente tem que parar com esse discurso de que a IA é o principal, absoluto.”Kimura apontou que é preciso trazer a discussão para que o ser humano seja o centro. “Do contrário, vamos ficar só falando sobre o que não pode e o que pode fazer na Inteligência Artificial. As pessoas estão tão focadas nas regras que esquecem o que podem fazer”.O que eles dizem Um mundo melhor
Moacir Lellis, presidente do Sinepe-ES
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“Poder reunir num mesmo ambiente de discussão temas como tecnologia, inclusão, família, segurança, entre outros, é demonstrar a preocupação com uma educação que, acima de tudo, gera cidadãos de bem na construção de um mundo melhor”.Tecnologia a favor
Roberta Bonelli, vice-presidente do Sinepe-ES
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“A tecnologia está muito presente no meio educacional. Então, é importante a gente parar para falar sobre isso e pensar metodologias que tragam a tecnologia a favor da educação, a favor dos nossos alunos. Este ano, o Sinepe-ES traz uma equipe de peso para abordar sobre temas diversos e os desafios que temos pela frente”.Mediador
Bruno Loyola Del Caro, diretor adm-financeiro do Sinepe-ES
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“O papel da educação hoje é buscar integrar o mundo linear e o mundo exponencial. Como vamos levar o conhecimento e o ensino nesse mundo que tem tantas ferramentas tecnológicas. A escola precisa ter um papel mediador e integrador”.Capacitação
Maria Cristina Rocha Pimentel, procuradora de Justiça, dirigente do Centro de Apoio da Educação do MPES
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“É muito importante um evento desse porte, que reúne não só gestores de escolas particulares, mas também representantes de redes públicas. Essa forma de capacitar os educadores, trazer novidades do mercado e também discussões da área de tecnologia agregam a todos”.Caminho certo
Artelírio Bolsanello, pres. do Conselho Estadual de Educação
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“A função do Conselho Estadual de Educação é buscar a qualidade no ensino. Trabalhamos na avaliação contínua de escolas, desde o corpo docente, infraestrutura e do projeto pedagógico. O resultado do Ideb mostrou que estamos no caminho certo”.