Início da trégua foi atrasado em quase três horas após terroristas demorarem para divulgar lista de reféns que serão libertadas. Primeira fase do acordo deve durar seis semanas. Cruz vermelha já está com reféns libertadas, diz Israel
Após o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas entrar em vigor neste domingo (19), as primeiras reféns foram libertadas pelo Hamas e entregues à cruz vermelha, afirma a imprensa israelense.
A Cruz Vermelha afirmou que as reféns estão bem de saúde, segundo uma autoridade israelense falou à Reuters.
Essa é a primeira etapa do acordo de cessar-fogo em Gaza, negociado com Israel com a ajuda de mediadores internacionais.
Todas as vítimas possuem cidadania israelense e têm idades entre 24 e 31 anos. As três mulheres fazem parte do primeiro grupo de 33 reféns que serão libertados pelo Hamas nos próximos dias.
Em troca, Israel prometeu soltar prisioneiros palestinos e recuar as forças militares dentro da Faixa de Gaza. As três mulheres libertadas são:
Romi Gonen, 24 anos: ela foi sequestrada em uma emboscada enquanto tentava deixar o festival Supernova.
Emily Damari, 28 anos: a jovem possui nacionalidade britânica-israelense e foi sequestrada no Kibutz Kfar Aza, no sul de Israel.
Doron Steinbrecher, 31 anos: enfermeira veterinária que também morava em Kfar Aza e foi rendida dentro do próprio apartamento.
Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher serão as primeiras reféns a serem libertadas
Divulgação
A lista de prisioneiros palestinos que serão libertados neste domingo ainda não foi divulgada. De acordo com a Reuters, o escritório de prisioneiros do grupo terrorista Hamas atribuiu o atraso a “erros” em alguns nomes, acrescentando que isso seria resolvido.
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O acordo
Israel e Hamas chegaram a um acordo que pode colocar um fim definitivo na guerra após mais de seis meses de negociações. As conversas foram mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito. Confira a seguir o que prevê o texto.
🔵 1ª etapa: cessar-fogo e liberação de reféns
Neste domingo (19):
O cessar-fogo deveria começar às 8h30 no horário local (3h30 no de Brasília), mas atrasou após o Hamas não divulgar quais reféns seriam libertados.
A partir das 16h no horário local (11h de Brasília), o Hamas deve entregar reféns israelenses – são três mulheres vivas. O local não foi informado, mas Israel preparou locais para recebê-los em três cidades ao longo da fronteira com Gaza: Erez, Re’im e Kerem Shalom.
Na sequência, Israel entregará 95 prisioneiros palestinos. A lista não inclui nenhuma liderança do Hamas ou de outros grupos terroristas. Muitos são mulheres, crianças e outras pessoas que foram detidas recentemente e não foram julgadas.
Ao longo da primeira semana
No domingo (25), o Hamas entrega mais 5 mulheres israelenses vivas.
No mesmo dia, Israel, em troca, entrega até 250 palestinos (entre 30 a 50 para cada refém).
Os moradores do norte de Gaza poderão retornar a seus locais de origem, mas sem portar armas;
Tropas israelenses se retirarão do corredor Netzarim, a via principal de Gaza;
A travessia de Rafah, entre o Egito e Gaza, voltará gradualmente a operar, permitindo a passagem de pessoas doentes para tratamento fora do enclave;
Será permitido o aumento da entrada de ajuda humanitária a Gaza. A expectativa é que 600 caminhões possam entrar por dia, o triplo do máximo atingido durante o conflito.
Nas semanas seguintes
Ocorrem liberações periódicas pelos dois lados, até um total de 33 reféns israelenses — vivos ou mortos — e quase 2 mil palestinos (1.167 detidos em Gaza desde o início da guerra e 737 remanescentes detidos antes de 8 de outubro de 2023).
Libertação de reféns em Gaza
Editoria de Arte/g1
🔵 2ª etapa: liberação de mais reféns, fim das hostilidades e saída de Gaza
A expectativa é que os demais reféns israelenses vivos — em geral, soldados e civis jovens do sexo masculino —, e os corpos dos que morreram sejam devolvidos. Segundo o jornal israelense Haaretz, são 98 pessoas, 36 delas, mortas.
Em troca, Israel deve sair completamente da Faixa de Gaza, permanecendo ao longo da fronteira para proteger as cidades e vilarejos fronteiriços de Israel.
🔵 3ª etapa: reconstrução de Gaza e devolução de corpos
Negociações sobre a reconstrução de Gaza, que poderia levar anos. Há, porém, um debate sobre quem governaria a região: Israel não aceita que seja o Hamas, que hoje controla o enclave (leia mais abaixo).
Devolução de todos os demais corpos de reféns.
E quem ficará no poder?
Quem administrará Gaza após a guerra é uma incógnita. Parece que essa questão foi deixada de fora da proposta atual devido à sua complexidade e à probabilidade de atrasar um acordo limitado.
A comunidade internacional insiste que Gaza deve ser administrada pelos palestinos, mas esforços para encontrar alternativas entre líderes da sociedade civil ou clãs locais têm sido amplamente infrutíferos.
No entanto, houve discussões entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos sobre uma administração provisória para governar Gaza até que uma autoridade palestina reformada possa assumir o controle.
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