Câncer de pâncreas: paciente pode confundir tumor com gastrite forte, afirma médico

Léo Batista tem 92 anos e foi diagnosticado com tumor no pâncreas após dor abdominal

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O jornalista e locutor esportivo Léo Batista, de 92 anos, internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Rios D’Or, no Rio de Janeiro, foi diagnosticado com um tumor no pâncreas.Segundo boletim médico, o jornalista deu entrada no hospital, dia 6 de janeiro, com “um quadro de desidratação e dor abdominal”, mas após exames o tumor foi identificado. Segundo especialistas, esse tipo de tumor demora a dar sinais e a dor abdominal pode ser confundida com gastrite.De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo Felipe Mustafa, dependendo da região onde está localizado o tumor, os sintomas mais perceptíveis podem ser perda de apetite e de peso, fraqueza,  tontura e dor abdominal.“ O tumor que atinge a cabeça do pâncreas ainda provoca icterícia. Esses sintomas podem demorar a surgir, dificultando o diagnóstico precoce”, afirma o especialista.

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Às vezes, em um primeiro momento, segundo explicou o cirurgião oncológico Duílio Eutrópio Netto, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, o paciente pode até achar que está com uma gastrite forte, pedra na vesícula ou algum problema estomacal. “Mas logo os sintomas se intensificam e fica mais claro a possibilidade de se tratar de um tumor de pâncreas”.A causa da doença não é bem definida e não se deve a único fator, esclarece o cirurgião oncológico.”Sabemos que existem alguns fatores de risco que, quando expostos, aumentam a chance do aparecimento do tumor. Entre eles, o tabagismo, a obesidade, o diabetes do tipo 2 e a pancreatite crônica. A exposição a alguns solventes e a agrotóxicos de forma duradoura também pode favorecer o aparecimento deste tipo de câncer”, alerta o médico.A oncologista Carolina Caetano Conopca destaca que o adenocarcinoma de pâncreas, tipo mais comum, é um tumor bem agressivo com alta taxa de multiplicação. “Pode levar a metástases rapidamente se não for diagnosticado de forma precoce. Porém, existem outros tipos de tumores no pâncreas com características diferentes”.”A taxa de sobrevida em 5 anos é em torno de apenas 5%. No diagnóstico avançado, a média de sobrevida fica por volta de um ano, sendo um tumor mais comum em pacientes idosos”, destaca a oncologista.

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Ao contrário de outros tipos de câncer, no caso do de pâncreas não existe recomendação de rastreamento na população geral, conforme explica a oncologista. “Mas é preciso manter os exames de rotina e hábitos de vida saudáveis para evitar seu aparecimento”.No Brasil, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de pâncreas ocupa a 14ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes.O câncer de pâncreas mais comum é do tipo adenocarcinoma (que se origina no tecido glandular), correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão (a cabeça). As outras partes do pâncreas são corpo (centro) e cauda (lado esquerdo), segundo o Ministério da Saúde.TRATAMENTOA cirurgia para remoção do tumor é a principal modalidade de tratamento e a única que traz possibilidade de cura, segundo destacou o cirurgião oncológico Duílio Eutrópio Netto. “A quimioterapia, imunoterapia e a radioterapia são outras modalidades que podem ser usadas no tratamento, melhorando as chances de cura ou de recidiva da doença”.

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Essas terapias são usadas de acordo com a análise criteriosa do tipo de tumor e de seu estágio. “Porém, somente 10% a 20% dos pacientes serão candidatos à cirurgia no momento do diagnóstico, principalmente pelo estágio mais avançado da doença no momento de sua descoberta”, esclarece Duílio.

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