Dez pessoas, entre elas uma advogada de Joinville, no Norte catarinense, foram condenadas por integrarem uma organização criminosa e se e associarem ao tráfico de drogas. Os condenados foram investigados pela Operação Sob Encomenda, que apura a entrada de aparelhos celulares em unidades prisionais da cidade.
As condenações ocorreram no final de 2024, após decisão da 2ª Vara Criminal da Comarca de Joinville. Os réus sentenciados receberam penas que variam entre quatro anos e nove meses e 17 anos de reclusão em regime fechado. Já a advogada foi condenada à pena de 14 anos e dois meses de reclusão, além do pagamento de 1922 dias multa.
Os condenados poderão recorrer à decisão, mas foi negado à advogada o direito de recorrer em liberdade, porque permaneceu presa durante toda a tramitação do processo e, segundo consta na sentença, persistem motivos que levaram à decretação da prisão preventiva.
Os outros nove réus terão o direito de apresentar o recurso em liberdade, porém a maioria deles já se encontrava preso em razão de outros crimes.
Operação Sob Encomenda mira organização criminosa em Joinville
Desde 2021, a 13ª Promotoria de Justiça, com o apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), investiga um esquema criminoso envolvendo advogados que utilizavam suas prerrogativas para entrar em presídios e penitenciárias com aparelhos celulares, entorpecentes e documentos, além de levarem recados com conteúdos ilícitos de interesse de facções criminosas.
Com o avançar das investigações, o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) comprovou que os advogados, até então processados, agiam em benefício do grupo criminoso como intermediários de informações que fomentavam a prática de diversos crimes, como tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de capitais.
Segundo a investigação, o esquema criminoso era chamado de “Sintonia dos Gravatas”. A advogada condenada no final de 2024 ainda foi acusada de se associar com outros réus – principalmente privados de liberdade – para que eles pudessem manter o tráfico de drogas ativo fora do sistema prisional.
A investigação afirma que ela repassava informações fundamentais para os presos. A denúncia ainda relata que a condenada repassou recados entre membros de organização criminosa presos e em liberdade, fazendo com que eles pudessem manter a comunicação.
Os réus foram denunciados em 9 de julho de 2024, após a deflagração da quarta fase da Operação Sob Encomenda, em 25 de junho do mesmo ano.