Do Campeche à Tapera, as praias do Sul da Ilha são conhecidas por serem naturais e menos frequentadas. Na temporada de verão, é comum que a tranquilidade dê lugar ao fervo de veranistas por alguns meses, mas a presença de bares e restaurantes continua reduzida se comparada ao Norte da Ilha. O terceiro levantamento do Grupo ND nas praias de Florianópolis mostra que, com uma média de 10,6 itens à venda por praia, o custo médio de um dia na orla do Sul é de R$ 266 por pessoa.
Praias do Campeche e do Novo Campeche têm mais ofertas de itens no sul de Florianópolis – Foto: Leo Munhoz/Arquivo/ND
Os dados foram coletados no dia 10 de janeiro em cinco praias: Campeche, Novo Campeche, Lomba do Sabão, Armação e Matadeiro. A equipe considerou o preço do estacionamento, aluguel de cadeira e guarda-sol, e os seguintes alimentos e bebidas: água, água de coco, caipirinha de cachaça e limão, cerveja lata, refrigerante lata, copo de suco natural, porção de fritas, porção pequena de iscas de peixe, pastel de queijo, milho cozido, sanduíche natural e choripan. Também avaliou a diferença de preço entre produtos vendidos por ambulantes, quiosques e restaurantes.
Devido à oferta reduzida de alimentos, bebidas e até acessórios de praia, quem já conhece as praias do Sul costuma ir preparado. Lúcia Andreis, 35 anos, mora em Florianópolis há 10 anos e sempre preferiu o Sul em relação ao Norte e ao Leste da Ilha. Ela adora as praias e vai cedo para o Campeche sempre que pode. Neste verão, trouxe os pais, que estão passeando na cidade.
Em relação aos preços, a gaúcha afirma que não se propõe a pagar muito e, sempre que possível, leva alimentos de casa. Seus pais também concordaram que os preços estavam muito altos, desde o estacionamento até o consumo de alimentos. “Aqui é tudo muito caro, não vale a pena pagar tanto assim, mas a praia é maravilhosa, linda. Prefiro o conforto e a tranquilidade daqui do que ir para o Norte da Ilha, onde as praias estão sempre cheias”, disse Lúcia.
Lomba do Sabão ganha popularidade
Após o Novo Campeche, outro trecho da extensa praia do Campeche ganhou nome popular e vem sendo cada vez mais frequentado. A Lomba do Sabão leva o nome da rua pela qual se acessa a praia e é uma das preferidas da manezinha Nathalia Correia, de 28 anos.
A moradora do Ribeirão da Ilha trouxe o namorado Jonathan Fernandes, 31, para curtir a praia da Lomba do Sabão. Para o casal, as praias do Sul são superiores às do restante da ilha. “Acho o Leste muito travado para entrar e sair, e o Norte muito cheio e sujo”, declarou Nathalia.
Jonathan e Nathalia adoram o Campeche, mas não aceitam pagar “preço de turista” e tentam baratear o custo da praia – Foto: Germano Rorato/ND
Ela ainda aconselhou os moradores a levarem comidas e bebidas de casa para evitar os preços altos, que, segundo ela, são voltados para os turistas. “O preço daqui, infelizmente, ainda é alto, mas isso não pode ser um empecilho para curtir as praias do Sul. Eu prefiro a Lomba por ser mais tranquila e acessível, mas sempre que posso trago comida de casa. Sei que o pessoal tem que vender, mas não compensa muito para quem não é turista”, disse Nathalia.
Jonathan ainda completou: “O pessoal põe o preço lá em cima porque os gringos compram. Daí a solução é trazer de casa mesmo. O que não pode é não aproveitar a beleza e a calmaria da praia”, afirmou.
Campeche e Novo Campeche têm mais ofertas de itens
Nas duas praias, foi encontrado estacionamento, guarda-sol, cadeira de praia, cinco bebidas e cinco alimentos. No Campeche, tudo saiu por R$ 402,08, o maior valor do Sul da Ilha. Já no Novo Campeche, mais econômico, é possível gastar R$ 356 nos mesmos itens, uma diferença de R$ 46,08. Ao contrário de outras praias da região, o Campeche tem restaurantes, ambulantes e quiosques. Nos trechos adjacentes à praia, Lomba do Sabão e Novo Campeche, não há restaurantes.
Custo da praia se mantém no Campeche, mas itens variam
No ano anterior, um dia na praia do Campeche saía por R$ 398 por pessoa, contando um estacionamento, um guarda-sol e uma cadeira de praia, além dos alimentos e bebidas. Em 2025, o preço variou muito pouco: R$ 402,08.
Enquanto alguns itens, como a batata frita, mantiveram um preço estável, as iscas de peixe foram de R$ 85 para uma média de R$ 95. Por outro lado, o custo médio do pastel de queijo baixou de R$ 27,50 para R$ 15. A caipirinha, que antes podia ser encontrada na praia em valores que variavam entre R$ 25 e R$ 50, agora custa o preço mínimo na maioria dos ambulantes e quiosques.
Quanto custa um dia nas praias do sul de Florianópolis? – Foto: Leandro Maciel/Arte/ND
Sem petiscos na Armação e no Matadeiro
As duas praias interligadas têm uma estrutura ainda mais simples. O Matadeiro tem alguns restaurantes e um quiosque voltado principalmente para bebidas, enquanto a Armação tem apenas um restaurante. Por isso, quem preza por petiscos como churros, milho verde e choripan não vai encontrá-los. Para comer, são servidas refeições e porções, como fritas, iscas de peixe, pratos executivos e combinados de frutos do mar. O pastel varia dos R$ 10 aos R$ 17 no Matadeiro.
Já nas bebidas, a Armação só deixa a desejar na água de coco. Nesse quesito, o balneário tem alguns dos preços mais razoáveis da temporada, com água a R$ 5, refrigerante a R$ 7 e suco natural a R$ 12. A cerveja long neck sai R$ 13 e a garrafa de 600ml varia entre R$ 18 e R$ 21, a depender da marca.
Para quem está na região e gosta de uma caipirinha de limão e cachaça, pode ser mais vantajoso voltar alguns metros no caminho que separa as praias para buscar sua bebida: o coquetel custa R$ 30 no Matadeiro, e R$ 18 na Armação.
No geral, oito itens custam R$ 161 na Armação e R$ 230 no Matadeiro. Mas atenção, porque a comparação não é totalmente equivalente: na primeira, não há aluguel de itens de praia nem estacionamento pago. Já na segunda, os três custam, juntos, R$ 100.
Variação de 150% entre duas praias
A diferença de preço entre a maioria dos alimentos e bebidas da região não é tão grande quanto no Norte e no Leste de Florianópolis. No entanto, um item tem uma variação de 150% no preço. No Matadeiro, um pastel de queijo pode ser comprado por R$ 10 no quiosque. Já no Novo Campeche, a iguaria custa R$ 25.
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